Esta postagem será apenas mais umas das minhas reflexões e aprendizados.
Se há algo de positivo em toda a indiferença que há mais de 10 anos recebo do nicho, é que posso expressar coisas que podem servir de guia para a tomada de decisão das pessoas. Como aprendi esses dias, a derrapagem do carro da frente serve de alerta para os carros que vêm atrás dele.
Sim, falar algo de negativo do próprio nicho pode ser prejudicial… mas só quando você tem o nicho a seu lado. Este NÃO é meu caso. Então, não tenho nada a perder, afinal esta é uma batalha JÁ perdida.
Sim, o projeto tem em média 6.000 acessos mensais, mas sinceramente… é um número que, em termos práticos, não faz diferença, pois isso não se transforma em engajamento ou divulgação do projeto. Em outras palavras, para mim (e isso tem se mostrado concretamente) não faz diferença ter 6.000 acessos mensais ou zero acessos mensais. As referências ao projeto Ganbarou Ze! na internet JÁ são praticamente inexistentes. JÁ é como se ele não existisse.
Pela minha experiência (e de certa forma pelo que o próprio mercado brasileiro mostra), eu diria o nicho dos que dizem gostar do Japão é algo COMPLETAMENTE DIFERENTE do nicho dos estudantes de língua japonesa. Em outras palavras, eu diria que a pessoa que diz gostar do Japão não necessariamente se tornará um estudante da língua japonesa realmente comprometido. Sendo assim, acredito que o que mais vemos são na verdade estudantes de japonês “de fachada”, que estão apenas buscando prestígio social através de algo considerado, entre aspas, chique, difícil e exótico.
E diria mais: alguém que se sente perdido socialmente falando e que por isso está buscando prestigio social a qualquer custo tende a se tornar uma pessoa extremamente competitiva e tóxica, pois não aceita concorrência e/ou algo que a lembre de que ela não é tão única assim para ser prestigiada (na intensidade) como deseja pelo grupo alvo.
Lembro até hoje o dia que interagi com uma pessoa que, em outras palavras, disse me detestar. E sabe o motivo? Simplesmente por eu ter criado o Ganbarou Ze! mesmo sendo uma pessoa com deficiência.
A distância e o anonimato na internet têm seu lado positivo, pois fazem com que as pessoas – para o bem ou para o mal – não usem máscaras. Para um entusiasta em comportamento humano como eu, isso é bom, pois me ajuda a entender melhor as pessoas.
Consegue enxergar o Vegeta e o que chamei de Complexo de Vegeta nesta pessoa? Na cabeça dessa pessoa provavelmente existe a ideia de que deve haver uma hierarquia entre as pessoas e ela deve ser mantida. Sendo assim, como eu tenho deficiência física, eu deveria me manter abaixo das pessoas “normais” e NÃO posso tentar subir.
Essa pessoa sinceramente me marcou positivamente, pois ela, pelo menos expressou o que realmente sente e como se comporta por causa disso, o que me ajuda a entender melhor as coisas. E infelizmente creio que a maioria neste nicho pense do mesmo jeito; a única diferença é que expressam isso de uma forma não direta: em forma de consumo do conteúdo, mas ao mesmo tempo sendo indiferentes e/ou desmerecedores do projeto, mandando PIX de 1 centavo ao projeto ou descurtindo nas redes sociais toda vez que lanço uma coisa boa e inovadora no projeto.
Irônico?
Não!
O Complexo de Vegeta realmente existe e, com ele, a necessidade de manter uma hierarquia que se acredita existir, em que eu, como portador de deficiência física, tenho que estar sempre abaixo não importa como. Aliás, em nossa sociedade e no mundo, tal dor emocional e comportamento são mais comuns do que imaginamos. Basta começarmos a observar. Basta consideramos como relações humanas realmente saudáveis estão cada vez mais raras.
É por isso que digo que, neste nicho, já perdi a batalha.