terça-feira, 7 de janeiro de 2025

APRENDEMOS MUITO MAIS COM NOSSOS ERROS!

Continuando as reflexões sobre este projeto e a falta de engajamento deste nicho como um todo em relação a ele, aponto a seguir o que julgo ser os meus erros:

(1) A TAL DA MERITOCRACIA: por conta da minha deficiência e por saber que a primeira impressão que geralmente causo nas pessoas é de desconfiança, acho que por um instinto sempre procurei compensar essa desconfiança dando O MÁXIMO DE MIM em tudo que fiz até hoje: ao estudar música, ao fazer a faculdade e a pós-graduação, ao trabalhar numa empresa e neste projeto. Em tudo isso, porém, não colhi os frutos como desejei.

(2) FALTA DE UM AMBIENTE DE RECOMPENSAS: é até irônico que eu aponte isso como um dos meus erros, pois constantemente na seção “Como Aprender?” ressalto a importância deste quesito. Eu posso dizer que falhei neste ponto: tentando compensar constantemente a desconfiança alheia com um esforço pessoal máximo em tudo o que fiz até hoje, NÃO avaliei se as pessoas ao meu redor estavam reconhecendo este esforço pessoal máximo. Era como se eu estivesse plantando sementes sabendo que o terreno era infértil.

(3) NÃO FAZEMOS NINGUÉM GOSTAR DE NÓS: esse erro pode não se aplicar a todos, mas no meu caso se aplica. De algum modo, eu nutria a esperança de que, me esforçando ao máximo e fazendo algo fora do comum, eu faria as pessoas deixarem a desconfiança de lado e passassem a me “admirar” como criador de conteúdo.

Não aconteceu isso.

Por isso, hoje eu digo que não somos capazes de fazer ninguém gostar de nós. As pessoas é que, devido a uma PRIMEIRA IMPRESSÃO POSITIVA, criam uma EXPECTATIVA POSITIVA de nós e a nós cabe apenas CORRESPONDER a essa expectativa. Se a primeira impressão e a expectativa despertada forem negativas (o que é o meu caso), dificilmente conseguimos reverter esse quadro, pois nós humanos somos capazes de apontar qualquer razão para nos convencermos de que estamos certos.

(4) NÃO BUSCAR COMPREENDER OS PRECONCEITOS E AS EXPECTATIVAS DO NICHO: já que estamos falando de primeira impressão e expectativa criada, não há como deixar de usar a palavra “PRECONCEITO”, visto que é assim que humanos funcionam, gostemos ou não.

Todos nós formamos através de nossas experiências ao longo da vida uma imagem de mundo ideal, através da qual interpretaremos o mundo e as pessoas e criaremos expectativas. Neste sentido, será que o meu perfil se encaixaria neste nicho? Será que eu seria capaz de criar uma primeira impressão e expectativas positivas neste nicho sendo uma pessoa com deficiência física?

Tenho lido muito (só agora!) sobre este nicho e me parece que realmente ele tende a atrair pessoas “mais fechadas”, que possuem estereótipos e expectativas bem específicos. E hoje percebo que não preencho tais quesitos.

Diante de todos os meus erros, eu diria àqueles que desejam tentar se tornar um criador de conteúdo bem sucedido: a primeira coisa que devem fazer é estudar os preconceitos e expectativas de seu público-alvo. Reconhecer que todos nós somos preconceituosos e, por isso, formamos estereótipos, é fundamental (apesar de desagradável).

Podendo corresponder a essas expectativas, aí sim façam o máximo esforço, estando sempre atento ao nível de retorno do público-alvo. Além disso, é importante tentar se cercar de pessoas influentes aos olhos do público-alvo. Isso, gostemos ou não, acaba sendo um sinal de valor do seu conteúdo.

Aliás, acredito que somente o aval de uma pessoa influente salvaria este projeto em termos de engajamento e divulgação...

Estou dizendo que este projeto foi em vão? Não! Por meio dele, consegui talvez enxergar o motivo de não ter sido bem sucedido nas coisas que fiz até hoje dando o máximo de mim…

Não ter me cercado de pessoas que realmente acreditassem em mim, tentando conquistar quem não acreditava em mim!